Vegetarianismo

Qual a diferença entre veganismo e vegetarianismo?

Veganismo é um movimento em que seus adeptos evitam, na medida do possível e do praticável, excluir todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, vestuário ou outras esferas do consumo

Já o vegetarianismo é uma escolha alimentar na qual se tira os produtos de origem animal do cardápio.

Mas existem tipos de vegetarianismo? Quais são os principais?

a. Ovolactovegetarianismo: Alimentação que não inclui nenhum tipo de carne e pode incluir ovos, leite e laticínios.

b. Lactovegetarianismo: Alimentação que não inclui nenhum tipo de carne e pode incluir leite e laticínios.

c. Ovovegetarianismo: Alimentação que não inclui nenhum tipo de carne e pode incluir ovos.

d. Vegetarianismo estrito: Alimentação que não inclui nenhum produto de origem animal.

e. Alimentação vegana: Alimentação que não inclui nenhum tipo de produto/insumo de origem animal e nenhum deles poderá ter sido testado em animais.

f. Alimentação Plant Based: Alimentação que não utiliza nenhum produto de origem animal (é 100% vegetal) e prioriza os alimentos mais naturais e íntegros (também conhecida como whole food plant based dieta) evitando o consumo de alimentos refinados e processados.

g. Flexitarianismo: Alimentação que propõe a redução do consumo de alimentos de origem animal priorizando os vegetais na rotina alimentar. Pode ser colocada em prática de diversas formas como por exemplo praticando a Segunda Sem Carne (campanha da SVB que propõe a retirada total de alimentos de origem animal 1 x por semana da dieta), praticando refeições sem carne, leite, ovos e derivados alguns dias da semana, trocando no dia a dia produtos de origem animal por similares vegetais como leite, carne e outros.

Pontos de atenção:

É importante estar atento à ingredientes que são incluídos em produtos alimentícios ou que por conta da popularidade e marketing possam confundir os vegetarianos, alguns deles:

1- Colágeno ou gelatina: são proteínas oriundas da pele, cartilagens e outras partes moles de animais como bois, frangos, peixes e ovinos. Vegetarianos não devem consumi-los.

2- Manteiga Ghee: é manteiga de origem animal, a base de leite de vaca que passa por processo de retirada de sólidos, portanto, é de origem animal.

3- Corante natural vermelho conchonilha (carmim): é feito a partir de insetos, portanto, não deve ser incluso em dietas vegetarianas e veganas.

4- Mel: é um alimento de origem animal assim como o leite e os ovos e não deve ser incluído na alimentação vegana.

O dia-a-dia do vegetariano

Ser vegetariano é mais fácil do que parece. Se você nunca considerou esta possibilidade e não consegue pensar em aderir, comece com a Segunda Sem Carne. Mas tenha certeza de que não é tão difícil quanto parece, é surpreendentemente delicioso, aumenta (em vez de diminuir) o seu repertório de pratos, culinárias e alimentos e, mais importante ainda, é o melhor que você pode fazer pela sua saúde, pelos animais, pelas pessoas e pelo meio ambiente.

Veja algumas informações sobre o mercado vegetariano no Brasil.



Parecer da Sociedade Vegetariana Brasileira sobre:


– Insetos na alimentação

Advogando por postura que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais para alimentação, vestuário ou qualquer outro propósito, a Sociedade Vegetariana Brasileira se opõe à criação de insetos para alimentação, ração ou outros fins comerciais. Evidências científicas indicam que os insetos são sencientes e sentem dor. Por exemplo, as capacidades de aprendizado, comunicação complexa e resolução de problemas já foram demonstradas em diversas espécies de insetos, bem como a existência de personalidades distintas em diferentes indivíduos de uma mesma população. Isso desafia suposições antigas e ressalta o imperativo moral de estender nosso círculo de compaixão a esses organismos. Além disso, a sustentabilidade da criação de insetos é questionável. A verdadeira sustentabilidade abrange considerações éticas e a viabilidade de longo prazo das práticas em harmonia com o sentimento público. Neste sentido, a criação de insetos representa um distanciamento da abordagem necessária para um sistema alimentar verdadeiramente sustentável, compassivo e saudável.

– Carne cultivada

A SVB acompanha com interesse e esperança a evolução tecnológica inovadora que permite o cultivo de carne animal sem que seja necessária a criação e o abate de animais, prometendo ser uma opção alimentar ética e com menor impacto no meio-ambiente e na saúde humana. No entanto, ainda é cedo para compreender todas as ramificações dessa tecnologia e é necessário apontar que, em alguns casos, uma parte dos processos existentes hoje utiliza insumos de origem animal, como o soro fetal bovino. A SVB recomenda a todos uma dieta vegetariana estrita, preferencialmente baseada em alimentos integrais, cujos benefícios estão amplamente comprovados por meio de estudos científicos ao longo das últimas décadas.

Se não provocar morte, exploração ou sofrimento de animais em nenhuma etapa ou processo, a princípio existe possibilidade de ser considerada vegana. Vale ressaltar que, por não ser de origem vegetal e sim animal, a carne cultivada não é vegetariana.

São diversos os motivos que levam os indivíduos a se tornarem vegetarianos

1. Ética

São abatidos mais de 10 mil animais terrestres por minuto no Brasil para produzir carnes, leite e ovos.

A maioria destes animais são frangos, porcos e bois – animais que têm uma complexa capacidade cognitiva e sentem dor, sofrimento e alegria da mesma forma que os cães que temos em casa.

Os animais são sencientes (capazes de sofrer e sentir prazer e felicidade), por isso a escolha vegetariana é uma escolha de não compactuar com a exploração, confinamento e abate destes animais.

2. Saúde

Diversos estudos associam efeitos positivos de saúde com a maior utilização de produtos de origem vegetal e restrição de produtos oriundos do reino animal.

De acordo com inúmeros estudos científicos – cada vez mais freqüentes e publicados por instituições idôneas –, o consumo de carnes está diretamente associado ao risco aumentado de doenças crônicas e degenerativas como diabetes, obesidade, hipertensão e alguns tipos de câncer.

3. Meio ambiente

Segundo a ONU, o setor pecuário é o maior responsável pela erosão de solos e contaminação de mananciais aqüíferos do mundo. A ONU também estimou que cerca de 14,5% das emissões de gases do efeito estufa oriundas de atividades humanas têm origem no setor pecuário.

A maior parte do desmatamento da Amazônia tem sua origem na produção de carnes, laticínios e ovos. 97% do farelo de soja e 60% do milho produzidos globalmente são utilizados não para consumo humano, mas para virar ração para as fazendas e granjas industriais, produzindo alimentos a uma eficiência muito baixa.

4. Sociedade

A produção de alimentos através da atividade pecuária não é apenas ambientalmente degradante, mas também contribui significativamente para o desperdício global de alimentos, uma vez que são consumidos de 2 a 10 Kg de proteína vegetal (por exemplo, soja) para produzir apenas 1 Kg de proteína de origem animal.

Em um mundo com 1 bilhão de pessoas que passam fome, jogar toda essa comida no lixo é socialmente inaceitável. Ademais, o setor pecuário concentra a maior parte da mão-de-obra escrava rural brasileira. Segundo alguns estudos, a principal motivação de adoção do vegetarianismo é a ética, seguido da motivação de saúde e, em menor proporção, de outras motivações.